"Eu vou pelo caminho de toda a terra; esforça-te, pois, e sê homem"
1 Reis 2.2
Essas palavras são do Rei Davi para seu filho Salomão.
Eu ainda era muito pequeno, tinha cerca de seis anos de idade, quando meu pai começou a me levar para o trabalho dele. Queria me ensinar a trabalhar e a dar valor ao trabalho.
Muito pequeno, ficava descarregando a caminhoneta do meu pai dos fardos de açucar, arroz e feijão que ele vendia. Meu pai tinha um comércio de estivas e eu me lembro de que eu sempre o acompanhava nas entregas. Quando não, ele sempre me dava serviços para fazer no depósito, como arrumar as caixas, pacotes e varrer as dependências.
Meu pai sempre foi muito sisudo e nunca aceitou nenhum tipo de atitude que desmoralizasse a família. Sempre nos ensinou a arcar com as nossas responsabilidades e responder até o fim pelos nossos atos.
Quando eu errava, como toda criança erra, eu levava a merecida surra e entre algumas cintadas sempre ouvia meu pai dizer: "Seja homem!"
É meu pai, ainda escuto suas palavras ao meu ouvido, não no meio das chibatadas, mas no meio dos vendavais que a vida nos leva, no meio dos problemas, das situações adversas... ainda escuto meu sábio pai falando: "Seja homem".
Por isso, quando me perguntam de onde vem minha índole, meu comportamento, minha atitude, meu proceder, respondo: "Não aprendi a ser íntegro na Igreja, mas bem antes disso com meu pai". Não estou dizendo que a Igreja não ensina isso, por favor não me interprete assim... não faça uma eisegese. Estou dizendo que quando vim para Cristo, graças ao meu pai, eu já possuía lastro de honestidade, trabalho e sinceridade.
E para não falar da minha amada mãe que também sempre me deu exemplo de procedimento e postura.
Em nossa casa, minha mãe nunca deixou ninguém dormir até meio-dia, nem faltar ao respeito com os demais. Sempre nos guiou debaixo de muita obediência e temor. Sem falar que foi ela que me consagrou ao Senhor quando eu ainda era um bebê. Sim, minha querida mãezinha.
Tenho orgulho de minhas raízes, de meu lastro, de meu ensino.
Por isso me arrepio quando vejo alguns que se dizem "homens" agirem com procedimento desonesto, falso, farisaico, hipócrita e sem vergonha. Não me acostumarei nunca com este tipo de procedimento. Sou um sertanejo que aprendeu a dar valor, não as placas de formando que se penduram nas paredes, mas sim às mãos calejadas de uma pessoa trabalhadora.
Por isso continuo ouvindo as palavras de meu sábio pai: Seja homem!!!
Bom o seu texto “SEJA HOMEM” – (Indo pelos Campos), de 18.09.2012
ResponderExcluirSolidarizo-me com sua experiência espartana na primeira infância, cuja cartilha meu pai também adotou para meu adestramento. Seu relato evoca pontos de contato semelhantes por mim vividos, com mudanças pontuais. Idênticas até as disciplinas extremas (isso é um eufemismo), as quais eu sempre considerava imerecidas...
É como se nossos pais ecoassem em nós as palavras de Davi, “SEJA HOMEM”. E todo aquele arcabouço disciplinar forjou o meu (e o seu) caráter resiliente.
Singular e magistral o ponto destacado sobre o aprendizado da integridade antes da igreja, e novamente compartilho do seu entendimento, que assim deve ser. Resgata assim o valor inestimável da educação familiar, livrando a igreja desse ônus.
Ônus que se torna abusivo se os “homens” ali adjetivados estiverem sob o manto da religiosidade.
(Ebenézer Reis)
Bom o seu texto “SEJA HOMEM” – (Indo pelos Campos), de 18.09.2012
ResponderExcluirSolidarizo-me com sua experiência espartana na primeira infância, cuja cartilha meu pai também adotou para meu adestramento. Seu relato evoca pontos de contato semelhantes por mim vividos, com mudanças pontuais. Idênticas até as disciplinas extremas (isso é um eufemismo), as quais eu sempre considerava imerecidas...
É como se nossos pais ecoassem em nós as palavras de Davi, “SEJA HOMEM”. E todo aquele arcabouço disciplinar forjou o meu (e o seu) caráter resiliente.
Singular e magistral o ponto destacado sobre o aprendizado da integridade antes da igreja, e novamente compartilho do seu entendimento, que assim deve ser. Resgata assim o valor inestimável da educação familiar, livrando a igreja desse ônus.
Ônus que se torna abusivo se os “homens” ali adjetivados estiverem sob o manto da religiosidade.
(Ebenézer Reis)